Ela gostava de pintar e traduzir em cores seus pensamentos e sentimentos.
Cada cor a representava de alguma maneira, seja clara, escura ou abstrata.
No amarelo enxergava a luz do sol e o sentimento de liberdade.
No verde a esperança e um medo vago nas lembranças.
No vermelho o fogo, a pele e o pulsar forte do coração.
No azul o céu imenso e a vontade de voar livre sem planos de pousar.
No lilás a energia de forças, coisas e lugares despertando o autoconhecimento e o desejo de melhorar.
No preto o escuro calado que silenciava todo o seu poder de amar.
No branco a paz e ao mesmo tempo o vazio quieto em algum lugar.
Em um rosa suave os sentimentos ficam no ar e a vontade de deixá-los vir a tona vão despertando com as outras cores que virá.
Assim ela vai colorir o belo e escurecer aquilo que não a deixa acalmar, transformando traços em formas, coloridos em paisagens e pinturas para fazer sorrisos nos rostos daqueles que sofrem e só sentem vontade de chorar.
Na mistura de todas cores sente o poder da vida manifestada em cada olhar.