terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Para Chico Buarque...



Assistir ao documentário Chico, O Artista Brasileiro me deixou ainda mais encantada e fã desse grande ídolo.
Muito mais do que mostrar o artista, o documentário também demonstra o ser humano incrível.
Dono de uma inteligência afrodisíaca e diferente do Chico dos palcos, onde ele demonstra ser tímido, ele é um cara bem humorado.
Daqueles que sabem rir dos seus erros e defeitos.
De uma consciência crítica e ao mesmo tempo libertadora.
Em uma época de represália e censura não se calou e através da música e de sua escrita se colocou perante a ditadura militar.
Seu trauma dos palcos veio de quando teve que ficar na Itália e não podia voltar para o Brasil.
Quando era obrigado a fazer shows e sua música ficava como um som ambiente para os italianos.
Ao falar de sua família ele não só demonstra que é um homem acima de seu tempo como também um homem que evoluiu com o tempo.
Ele conta como os seus netos trazem várias novidades musicais, coisas às vezes dos anos 70 que na época havia lhe passado despercebido.
Faz um alerta dizendo que de forma alguma o país é brega, pois na época a bossa nova foi produzida por uma elite e mostrava somente um Brasil bonito e não toda a sua realidade.
E que hoje as músicas trazem essa realidade com suas letras, misturas e diversidades culturais em todos os níveis.
Vejo um ídolo humilde quando ele fala dos países que só o conhecem como escritor, onde seus livros são bastante vendidos e nunca ouviram uma música sua.
Fala sobre sua amizade com Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Toquinho e do quanto gosta de tomar sua cerveja e fumar seu cigarro.
E de sua conversa com o escritor Manuel Bandeira que revelou a ele a existência de um irmão alemão por parte de pai.
Mostrando também as suas buscas na Alemanha por esse irmão que morreu aos 50 anos de idade.
Nos ano 70 Chico da uma declaração dizendo que todo artista não tem sexo.
Em um programa de televisão ele é perguntado por uma telespectadora que se ele alegava o fato dos artistas não terem sexo, se ela podia alegar que ele era homossexual.
Eis que Chico lhe dá a seguinte resposta: Quando eu escrevo posso ser homossexual, operário, mulher, homem, enfim posso ser tudo.
Nessa resposta ele demonstra a grandiosidade do compositor e artista que ele é.
Chico é poesia
Chico é canção
Chico é música
Letras e partituras
Chico é o ídolo que nunca vai morrer e sim ficará encantado, eterno e marcado.