Muito mais do que mostrar o
artista, o documentário também demonstra o ser humano incrível.
Dono de uma inteligência
afrodisíaca e diferente do Chico dos palcos, onde ele demonstra ser tímido, ele
é um cara bem humorado.
Daqueles que sabem rir dos seus
erros e defeitos.
De uma consciência crítica e ao
mesmo tempo libertadora.
Em uma época de represália e
censura não se calou e através da música e de sua escrita se colocou perante a
ditadura militar.
Seu trauma dos palcos veio de
quando teve que ficar na Itália e não podia voltar para o Brasil.
Quando era obrigado a fazer shows
e sua música ficava como um som ambiente para os italianos.
Ao falar de sua família ele não
só demonstra que é um homem acima de seu tempo como também um homem que evoluiu
com o tempo.
Ele conta como os seus netos
trazem várias novidades musicais, coisas às vezes dos anos 70 que na época havia
lhe passado despercebido.
Faz um alerta dizendo que de
forma alguma o país é brega, pois na época a bossa nova foi produzida por uma
elite e mostrava somente um Brasil bonito e não toda a sua realidade.
E que hoje as músicas trazem essa
realidade com suas letras, misturas e diversidades culturais em todos os
níveis.
Vejo um ídolo humilde quando ele
fala dos países que só o conhecem como escritor, onde seus livros são bastante
vendidos e nunca ouviram uma música sua.
Fala sobre sua amizade com
Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Toquinho e do quanto gosta de tomar sua cerveja
e fumar seu cigarro.
E de sua conversa com o escritor
Manuel Bandeira que revelou a ele a existência de um irmão alemão por parte de
pai.
Mostrando também as suas buscas
na Alemanha por esse irmão que morreu aos 50 anos de idade.
Nos ano 70 Chico da uma
declaração dizendo que todo artista não tem sexo.
Em um programa de televisão ele é
perguntado por uma telespectadora que se ele alegava o fato dos artistas não
terem sexo, se ela podia alegar que ele era homossexual.
Eis que Chico lhe dá a seguinte
resposta: Quando eu escrevo posso ser homossexual, operário, mulher, homem,
enfim posso ser tudo.
Nessa resposta ele demonstra a
grandiosidade do compositor e artista que ele é.
Chico é poesia
Chico é canção
Chico é música
Letras e partituras
Chico é o ídolo que nunca vai
morrer e sim ficará encantado, eterno e marcado.