sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tudo novo de novo...

Algo despertou nela, sinais, forças, mudanças.
Amplitudes vastas de um mundo esperavam lá fora, precisava ir de encontro.
Ir de encontro com o céu, o ar, o chão, como se os seus braços tivessem a dimensão de agarrar tudo de uma vez só.
Sim! era ela, na sua mais pura essência de menina mulher, se percebendo, sentindo, encontrando e alinhando-se com a vida.
A vida de idas e vindas, encontros e despedidas, promessas e sonhos, decepções e virtudes.
Ela renasceu daquele tombo, transformou lembranças tristes em cinzas. Cinzas que agora estão sendo levadas junto com o vento.
Uma sensação de alívio, vida nova, tudo novo de novo.
Sem pressa, seguindo em frente, ela vai cuidando de si, focada em sua nova relação de amor consigo próprio.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Alma Grita...

Quando a alma grita o coração chora e o corpo padece.
Padece em meio há um vazio, dolorido, trancado, recolhido.
Entre uma percepção e outra a alma vai se desprendendo, fugindo, ela quer ir para algum lugar.
Precisa sair desse corpo doído, reprimido que impulsiona lamentos e angústias.
Ela só precisa ficar leve, se livrar desse peso, pois ela quer e precisa flutuar.
Não consegue mais ficar ligada a esse corpo tão entregue, magoado e triste, mas por outro lado se lembra de tantas coisas que já passaram juntos.
E agora, ele se encotra ali, estirado, sem reação, perdido em meio a qualquer vontade de viver.
Mais a alma luta, guerreira, ela quer e sabe que podem continuar, assim ela percebe uma reação do corpo e aos poucos ela volta a se unir a ele.
É então que juntos, corpo, alma e coração as lágrimas os dominam e eles começam a colocar pra fora, com soluços, gritos de dor, deixando tudo limpo, sem deixar nada guardado e retraído.
O alívio da alma vem com o suspiro do corpo e a leveza do coração.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aquele Abraço...

Durante um tempo ela ficou observando o olhar dele, seus gestos e seu jeito, sempre tão carinhoso e atencioso.
Ele voltara para a sua vida e foi tão especial reencontrá-lo.
Ao mesmo tempo que conversavam e sorriam, ela se lembrava da época que tinham se conhecido.
Uma época imatura, onde ainda era uma menina, perdida, insegura e cheia de incertezas.
E ele tão especial com uma delicadeza dígna de um homem, em nenhum momento trouxe lembranças negativas daquele tempo que passaram juntos.
Pelo contrário deixou bem claro todo o seu carinho e respeito por ela.
Entre sorrisos, recordações e conversas encerraram o encontro com um abraço.
E foi aquele abraço, com a certeza de saberem que independente do caminho que cada um seguirá, são especiais um para o outro.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Canções...

Ela sentiu que canções entravam em seus ouvidos, fazendo os seus sentidos aguçarem aos sons das batidas.
Batidas essas que embalavam o seu coração e faziam lembrar de cada paixão vivida.
Estava quieta no seu cantinho favorita da casa, foi então que começou a ouvir as canções dançantes, onde na memória veio as festas com os amigos.
Se deparou com uma pasta onde se encontrava as letras das músicas que marcaram etapas da sua vida.
A cada folha que lia um rítmo dominava e uma vivência retornava em sua mente. 
Nas últimas folhas encontrou canções da época que era uma criança e naquele momento voltou a ser.
Começou a sentir os toques e relembrou de toda a sua inocência perdida, daquela fase de fazer e acontecer sem se importar com nada.
Na sua cabeça não existia preocupações, responsabilidades, era só ficar bem colorida de maria chiquinha e dançar.
Velhos tempos aqueles, belos dias...
Assim ela fechou a pasta e lembrou de uma frase do grande Bob Marley: Uma coisa boa sobre a música é que quando ela bate não sentimos dor.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Então eu corro demais...

Não gosto das sensações que apertam o peito, porque sinto saudades. Confesso que por vários momentos não sei nem do quê, mas a sensação domina.
Entra no peito, vai para o coração e se manifesta no olhar e respirar.
Peito apertado, coração dilacerado é então que começo a caminhar.
Caminho sem rumo, sem pensar, apressadamente, quero mais é que o vento me leve.
E levando me faça esquecer o que eu poderia ter vivido, mas não foi permitido.
Ficou camuflado, abafado, escondido em algum lugar do tempo.
Manifesto o meu choro, prendo a minha fala e dessa vez eu corro. Corro para buscar o que foi perdido, desistido e deixado pra trás.
Realmente o tempo não para, a vida não para e a velocidade fazem as coisas escorrerem das minhas mãos.
Faço uma pausa, silêncio, mudo o rumo, pois percebo que estava na direção errada.
Respiro fundo e me convenço que é pra frente que se anda, permitindo assim a busca dessa tal felicidade.
E então eu corro demais...Só pra viver.