Ao som de Coldplay...

Neste momento começo a escrever ao som de Coldplay.

É impressionante como algumas músicas me dominam em suas batidas perfeitas, fazendo com que eu viaje sem sair do lugar.

E o meu corpo se aquieta, o olhar paralisa, já as mãos ficam inquietas até encontrar uma caneta e um pedaço de papel.

Essa vida tão simples, seleta, calma que me envolve no momento da escrita.

Onde os meus sentimentos aguçados vão dando formas as palavras compostas em cada frase.

O meu mundo silencia, não é permitido a entrada de mais ninguém.

Somente do meu EU, da minha alma que juntas compõe o meu Infinito Particular.

Naquele Lugar...

Eu voltei naquele espaço
Repousei naquela sombra
E suspirei com o brilho e sorriso
Que existiam naquele lugar

Tão doce era a proeza
De todo aquele encanto e beleza
Que silenciei meu coração
Pra sentir toda ternura sem razão

E a alma flutuava
Nenhum som se ouvia
Cheiros de alecrim culminava
E no céu nuvens brancas que aparecia

Voltar era preciso
Despedir era necessário
Esquecer era impossível
E ficar seria extraordinário

Aprendi...

Aprendi a deixar as coisas e pessoas que não são mais ir embora.

Aprendi que cada um deve seguir seu caminho.

Aprendi a traçar novas metas e a caminhar com outros passos.

Aprendi abrir espaços a novos sorrisos.

Aprendi dar atenção a novas lágrimas.

Aprendi que muitas águas vão rolar e várias pessoas irão passar.

Aprendi que alguns vão ficar e outros vão embora, mas de qualquer forma todos irão fazer parte da minha história.

Aprendi que nessa vida por mais dolorido que seja é necessário dizer Adeus.

Futuro Bom...

Eu pensei em escrever palavras de um futuro bom, mas nada veio em minha mente.

Então resolvi silenciar, aquietar meu coração e deixar a imaginação falar.

A minha respiração deu o som de todas as respostas.

E o momento gritava calma, paz e tempo...

O destino virá de encontro com a realidade e a vida uma passagem, onde luta e dor, amor e ódio caminharam juntos.

As escolhas vão ser feitas e os caminhos tortos ou retos serão seguidos.

De todas as formas a gente tenta se adaptar, de um jeito ou de outro, com um pé no chão e o outro na fantasia.

É sempre muito bom encontrar o equilíbrio, mas a vida é louca e será vivendo as insanidades que nos acharemos nesse futuro bom.

O Inverno...

E mais um inverno passou esse foi diferente porque teve a sua ausência.

As noites ficaram mais frias do que o costume e as cobertas não foram suficientes para aquecer.

A solidão pesou de uma maneira mais forte e os ventos gelados batiam no meu rosto e me trazia você em mente, alma e coração.

E a falta que antes estava conseguindo ser disfarçada agora doía de uma forma forte, firme e um pouco cruel.

Cruel porque a essência do seu abraço ainda existia em mim, mas os seus braços estavam longe.

Eu me lembrei tanto do último inverno que passamos juntos do seu corpo sempre tão quente junto ao meu.

A verdade é que depois veio o outono, a primavera e agora está chegando o verão...

Consegui esquentar o meu corpo, mas o coração ainda está frio esperando passar todas as estações e de alguma forma encontrar você.

A atriz...

As cortinas se fecharam só restou o silêncio da platéia.

Depois de tantas palmas, risadas, choros e emoções a atriz se encaminha para o seu camarim.

Chegando lá se olha no espelho e começa a tirar sua maquiagem e a se despedir mais uma vez do seu figurino.

Figurino guardado, cara lavada e novamente bate a nostalgia de voltar os minutos e as horas para viver toda a adrenalina, sentimentos e calor humano que agora pouco vivera.

Como era difícil pra ela se acostumar novamente com o silêncio, passar nos corredores do teatro e ver as cadeiras vazias.

Porém todas às vezes ao chegar à porta dos teatros que apresentava lá estavam às pessoas para abraçá-la, tirar fotos e dizer que de alguma forma ela os tocou seja levando aos risos ou as lágrimas.

E mais uma vez o silêncio todos foram embora e a atriz também partiu.

Ao chegar à sua casa se deparou com a solidão, mas ao deitar novamente em seu travesseiro pensou: amanhã terá outro espetáculo, outra personagem e platéia com novas e fortes emoções.

O Tempo e o Vento...

Parece que o vento começou a soprar a favor do tempo.

As folhas, frutos e flores com uma nova cara, não sei se foi à primavera que chegou ou se algo mudou dentro de mim.

É diferente olhar o mato, transformador reparar nas plantas e revigorante sentir a brisa.

A brisa que passa em meu rosto e faz voar os meus cabelos me levando para tão longe.

Longe do caos, da poluição dos carros, da poeira que existe nos ônibus e da correria descontrolada dos seres humanos.

Agora só o silêncio me domina e aquilo que faltava acabou de chegar o barulho da cachoeira.

Vou mergulhar em meio a sua correnteza e deixar que o tempo me leve.