Era apenas uma menina, quando em um Natal conseguiu entender o amor sem limites que seu pai sentia por ela.
Morava numa casa em uma rua que nem asfalto tinha, era tudo terra, ficava num bairro depois da linha do trem, o pai dela vendia picolé para sustentar a casa e pagar aluguel.
Embora hoje se tornou uma mulher que trabalha vai a luta e paga suas contas, ela se lembra perfeitamente do seu pai chegando cansado, as vezes sem comer nada, vendendo picolé o dia inteiro, para pagar aluguel e colocar comida na mesa.
Ele era um verdadeiro exemplo de luta, garra, sempre no maior sufoco, nunca deixou faltar comida em casa e fez questão que ela e sua irmã estudassem.
Quando chegou o Natal daquele ano, ela já sábia que não existia a fantasia do Papai Noel e que ele não ia visitar a sua janelinha.
Infelizmente seu pai não ia ter dinheiro para a ceia e sua mãe num ato de tristeza por querer dar as filhas um natal iluminado,brigou com o seu pai, uma briga que marcou o Natal daquela noite do dia 24 para o dia 25.
Ela e sua irmã foram dormir tristes, naquele clima pesado que tinha ficado em sua casa.
No outro dia ela e sua irmã estavam sentadas na varanda, quando seu pai chegou com duas barrinhas de chocolate, deu uma pra cada.
No momento em que ele presenteou com aquele chocolate disse a seguinte frase: O coração do papai fica pequenininho e cheio de tristeza de não poder dar nenhum presente pra vocês, mas essas barrinhas de chocolate foi oque o papai pode comprar com todo amor do mundo.
Pra ela aquela barrinha de chocolate foi muito mais do que um presente, no olhar emocionado de seu pai, sentiu um amor imenso, e que não importava presentes caros, ceia farta e sim aquele amor, tão puro, tão verdadeiro.
Hoje ela é formada, trabalha, faz cursos e o principal: tem caráter e princípios. E ela deve isso a criação que teve, sem luxos, sem presentes caros, sem ceias fartas, mas com tanto afeto, e até hoje tem total consciência que muitas vezes o seu pai ficou sem se alimentar para colocar comida no prato dela e da sua irmã.
E o significado do Natal de quando ela era menina, não foi o Papai Noel, foi sim: Um amor que não se mede, um amor que não se pede e que não se repete, simplismente AMORRR...