quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Filha da Rua...


Vagava pelas ruas sempre de madrugada.
Por lugares desconhecidos, passando por pessoas e rostos indefinidos.
A brisa da madrugada era fria, mas o seu olhar distante era o seu guia.
Seus passos cada vez mais lentos e o mundo a sua volta ficando pequeno.
Não sentia medo, nem fome, só frio e uma vontade imensa de abraçar.
Abraçar aqueles que estavam ao seu redor.
Para acalentar todas as angústias, dores e aflições daqueles que sofriam.
O sofrimento da solidão, do abandono e da rejeição.
Ela queria que todos eles encontrassem as respostas e os caminhos de volta.
De volta a uma vida que eles deixaram de viver.
Buscando em cada um o belo e o colorido de se amar.
Que eles se reencontrassem em si como seres humanos que são. Com suas totalidades.
E na sua imensidão sabia que jamais iria alcançar a perfeição.
Ela só queria tocar o coração das pessoas...



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