terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Aquela Criança...



Aquela criança me impressionou com seu olhar.
Um olhar inocente e ao mesmo tempo dolorido.
Não tinha perspectiva de futuro e amargava lembranças fortes do seu passado.
Aquela criança sorriu pra mim e no seu sorriso a carência, a falta de afeto e a solidão.
Minhas mãos deslizaram em seu rosto e aquele carinho encheu os seus olhos de esperança e compaixão.
Compaixão por ela mesma...
Compaixão por mim...
Num ato de coragem pegou em minhas mãos, segurou-as com muita força e as beijou.
Em um gesto solene, doce, amável me tocou muito mais forte do que eu poderia tocá-la.
Foi se afastando, pegou o seu único brinquedo e brincava fitando-me com os olhos.
E no seu olhar a felicidade misturada com o medo.
O medo de não saber para onde vai e a felicidade de se sentir acarinhada pela primeira vez.
Aquela criança partiu me deixando triste, angustiada, sem voz e sem ação.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O poder das mãos...




Mãos que acarinham, batem e ao mesmo tempo passam energias.
A força da palma das mãos quando elas se tocam e se sentem.
Sensibilizam-se com o quente, o morno e o frio.
Dando sentidos às temperaturas transformadas em energias através do tato.
Mãos que desenham, pintam, escrevem e se fecham.
Ao fechá-las elas silenciam os sentidos e os deixam oprimidos.
Porém os dedos levantam, as palmas acompanham e elas se abrem novamente.
Para tocar, sentir e deixar fluir.
Coisas ruins que pesam demais nunca cabem nos dedos e escorregam para deixar partir.
Já as boas, essas se concentram nas palmas e fixam-se nas mãos e só soltam para fluírem, energizando tudo que tocam.
Assim, elas modificam e transformam o mundo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Desvairada...



Eu me vejo em tantas
Procuro-me
Prendo-me
Me solto
Traço metas
Abro mão
Destino ou futuro
E me confundo dos pés a cabeça
Sou tantas e ao mesmo tempo não sou nenhuma
Vários perfis e muitas incógnitas
Nada foi definido
Tudo está embaraçado e misturado
Entre tantas ou ser tantas
Defino que sou todas e ao mesmo tempo não sou nada
Desse modo faço o perfil da louca desvairada.



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Dentro de mim chove...


Dentro de mim chove
Chove frio e às vezes gelado
Com pingos grandes e alguns pequenos
Dando início a uma tempestade

Uma tempestade que me prende
Com ventanias surpreendentes
E o coração fica molhado
Os pensamentos tornam-se vazios

Limitados ao tempo e espaço
Ao grande movimento
Que se inicia por dentro
Onde só é preciso viver o momento

As emoções me invadem
São elas que chovem
Despertando em mim
Sentimentos de saudades.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Entre parênteses...


Existem coisas que precisam ficar entre parênteses
Entre dois corações
Entre um abraço
Entre sorrisos
Entre duas pessoas
Lugares abençoados
Sentimentos abstratos
Almas que se entregam
Pessoas que se amam
Momentos milagrosos
Instantes preciosos
Guardados por toda uma vida.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Encontro das almas...



As almas não falam
Não se olham
Nem se tocam
Elas simplesmente sentem


Sente o outro
Envolve-se com o outro
Percebe o outro
E o reconhece


Dando-se assim o encontro
Do olhar penetrante
Do toque surreal
Misturando corpos que se tornam um só


Não importa se estão
Juntos ou separados
De perto ou afastados
Mas sempre unidos


Unidos pelas almas
Que se cruzaram
E não se desligaram mais
Por toda eternidade.

 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Luandre...



Ontem eu vi Luandre sentada em cima da lua.
Ela reluzia uma luz tão grande que os meus olhos num primeiro momento não conseguiam enxergá-la.
Depois ela sorriu pra mim e começou a dançar no ar em volta da lua.
Uma dança solta, livre, confusa e ao mesmo tempo espontânea.
E como ela brilhava...
Um brilho intenso, celestial e colorido.
Luandre dançava com as cores em movimentos suaves a música era uma valsa de Strauss.
Enquanto ela dançava a valsa entrava em meus ouvidos e visões de salões e teatros invadiam a minha mente.
Era Luandre bailando em palcos grandiosos, recebendo aplausos de plateias com homens finos e mulheres refinadas.
Olhei para ela novamente e estava sentada na lua com os olhos cheios de lágrimas.
Ela não queria que eu tivesse lembrado as plateias dos palcos de tempos tão antigos.
Eu só precisava observá-la bailando em volta da lua brilhosa e iluminada.
Veio-me a angústia e Luandre se foi...
Tentei buscá-la em meu olhar parado, nas minhas visões tão reais, mas não consegui reencontrá-la.
Quando eu me lembro de Luandre percebo como somos parecidas, pois assim como eu ela também tem alma de artista despedaçada.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Respostas ao Tempo...



O tempo que se calou e ao mesmo tempo viveu
O tempo que adormeceu e reacendeu
O tempo que passou e depois aconteceu
O tempo que me mostrou ser mestre mesmo quando doeu.
A mente não se abriu os olhos não enxergaram, mas a passagem dos fatos deu as respostas ao tempo.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mostre-se



Na liberdade do dizer
Você diz muito pouco
Você ouve pouco
E desabafa por menos


Se olhar ao seu redor
Verá que precisa dizer mais
Porque silenciar sempre
É se envenenar e deixar tudo para traz


Ao fazer suas escolhas
Olhe para dentro de si
Veja o complexo de tudo
Mas nunca se finja de surdo e mudo


Ao dizer o que pensa
Mostre quem tu és
Tire suas máscaras
E mostre-se da cabeça aos pés.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Do outro lado do espelho...



Resgatei em minha memória momentos, fatos e acontecimentos.
Senti-me um pouco insegura e dolorida com algumas coisas que passaram em minha mente.
Lágrimas escorreram dos meus olhos e as deixei cair
Lembrar, reviver e deixar partir.
Às vezes guardamos alguns restos dentro de nós daquilo que já não é mais
E deixamos por alguns momentos sombras que de certa forma vão nos assombrar.
Elas aparecerão em horas, lugares e se refletirão em pessoas sem mostrar a causa, porém causará o efeito.
O efeito que vai magoar podendo até trazer sofrimento.
Por isso sempre me permito olhar no espelho e enxergar todos os restos que ainda se encontram guardados no fundo de minha alma.
Gosto dessa limpeza que renova as minhas energias e me faz ser outra.
Outra com a mesma essência, porém com a alma transparente como a água.
Água essa tão insípida, inodora e incolor.
 
 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ele...


De repente eu avistei os seus olhos castanhos e penetrantes fitando os meus.
Senti um desequilíbrio na minha postura ereta e charmosa em cima dos meus saltos.
Ele foi se aproximando, conversando e me envolvendo.
Quando percebi, ele já tinha entrado na minha vida da forma mais arrebatadora possível.
E começou a fazer parte de cada detalhe do meu dia a dia, mesmo que fosse só entre os meus suspiros.
Ele que me acalma...
Ele que me aquece...
Ele que cuida de mim...
Ele que é meu poeta...
Ele que me ensina todos os dias o real sentido de viver a sorte de um amor tranquilo.
Ele que demorou tanto para chegar, mas quando nos encontramos eu entendi o porquê da demora.
Demorou porque eu precisava estar pronta para recebê-lo.
E viver junto com ele o que existe de mais bonito, intenso e verdadeiro.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Desejo pra você menina...


Desejo que você menina abra o seu coração e encontre o seu real e verdadeiro amor.
Aquele amor que te acolhe, que te faz mais bonita, que traz paz ao seu espírito e calma ao coração.
Que ele traga a felicidade de volta, junto com um espelho.
E que nesse espelho você perceba a mulher que tu és, cheia de defeitos lógico, mas com qualidades grandiosas.
Fazendo-te refletir sobre como é bom se sentir viva, desejada e acima tudo amada.
Amada por você e pelo alguém que realmente te merece, que te fará sorrir, mas aquele sorriso que saberá escancarar a tua alma.
Permita-se menina...
Liberte-se menina...
Deixe o amor entrar.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Leveza...



Aquele silêncio ficou no ar, num vazio perdido e distante.
As respostas não precisavam mais ser ditas.
E o sorriso saía de cena para dar lugar às lágrimas.
Alívio por ter conseguido externar sofrimentos, sem nem saber o motivo do lamento, porém esvaziar.
Esvaziar a alma, a mente, o corpo e se sentir leve.
Leve para respirar.
Leve para o dia.
Leve para a vida.
Leveza essa que se vê no olhar, nesse íntimo tão particular.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Carta para um assassino...



O que é a vida pra você que não sabe o valor dela?
Quando não enxerga que o valor não está só na sua vida e sim na do próximo.
O próximo que olha junto de você, que possui caminhos diferentes, mas preenche o espaço, ocupa o tempo e faz parte do mundo.
Esse mundo vasto com tantos lugares, onde todos podem construir.
Não aponte sua arma, guarde o seu veneno, tente ao menos pensar que esse não é um direito seu.
Pois quando tira uma vida, você silencia a voz, as ações de alguém que pode fazer a diferença no mundo que você habita.
E você deixa marcas, não só naqueles que ficaram e vão doer de tanta saudade, mas no seu corpo e alma.
Você pode não sentir nada no momento, mas um dia vai remoer.
Cure-se, odeie e ame, controle o seu lado mais sombrio.
Sei que errar é de nós, mas matar é deixar falar o que você tem de mais cruel em ti.
Eu sei que a vida é complicada, mas se você está aqui de um jeito de transformá-la.
Porque você faz parte dê uma criação e pode fazer do seu mundo o melhor possível.
Basta querer e acreditar, não pense que não choro por ti, choro e tenho pena, pois poderíamos mudar juntos e construir algo de concreto.
E a vida meu caro é isso, deixar acontecer.
Tu és criação de Deus e quem sou eu para julgá-lo, da mesma forma que eu te pergunto: Quem é você para tirar a vida de alguém?
Somos todos vítimas e culpados, até que se prove o contrário.